terça-feira, 14 de junho de 2011

Boa noite, galera!
Depois de dar adeus aos preconceitos, às proibições e à repressão sexual, tanto os homens quanto as mulheres passaram a iniciar sua vida sexual muito cedo e a ter uma vida sexual mais ativa. Porém, esta intensa atividade pode vir acompanhada de alguns problemas de saúde, que merecem atenção e tratamento adequado.
Entre estas questões encontra-se o HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba diferentes tipos e, por ser transmitido sexualmente, pode provocar o surgimento de lesões genitais de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero e do pênis, entre outros sinais de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer). O vírus HPV já existia desde os papiros do Egito, mas foi descoberto somente em 1976. O HPV é um vírus que infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e possui mais de 200 variações diferentes.
 A maioria dos subtipos está associada a lesões benignas, tais como verrugas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias como o cancro do colo do útero, do qual se estima que sejam responsáveis por mais de 90% de todos os casos verificados.

Em geral, as mulheres apresentam-se mais vulneráveis à infecção pelo HPV por apresentarem variações tanto do ciclo hormonal quanto da imunidade ao longo do mês, diferentemente dos homens.
A infecção pelo HPV está relacionada a cerca de 40% dos casos de câncer de pênis e de 30% a 40% dos de câncer anal em homens.Estudos no mundo comprovam que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imune, principalmente entre as mulheres mais jovens. Qualquer pessoa infectada com HPV desenvolve anticorpos (que poderão ser detectados no organismo), mas nem sempre estes são suficientemente competentes para eliminar os vírus.
A seguir, vemos uma imagem de células infectadas pelo vírus HPV:


Os vírus de alto risco, com maior probabilidade de provocar lesões persistentes e estar associados a lesões pré-cancerosas são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção em tumores malignos.
As infecções clínicas mais comuns na região genital são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecias como "crista de galto". Já as lesões subclínicas não apresentam nenhum sintoma, podendo progredir para o câncer de colo do útero caso não sejam tratadas precocementeElas são agora uma das DSTs mais comuns e sua incidência é ultrapassada apenas pela tricomoníase, gonorréia e Chlamydia. O número de consultas a médicos particulares por causa de verrugas genitais, no entanto, é maior que o número de consultas por causa de gonorréia e herpes genital. A infecção do colo uterino por HPV quase sempre é assintomática e muito mais comum que a verruga genital.

As verrugas genitais podem ser encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou vagina e podem ser visibilizadas através de exame urológico (peniscopia), ginecológico (colposcopia e vulvoscopia). Já o diagnóstico de suspeita pode ser feito através do exame citológico (exame preventivo de Papanicolaou). O diagnóstico definitivo é realizado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida e o PCR e biópsia da região suspeita.

 Verruga genital

Nos casos das verrugas, os tratamentos são realizados através de uso de ácidos no local da verruga, uso de laser ou ainda a retirada cirúrgica apenas. Em alguns casos de HPV em colo de útero, pode ser realizada apenas a cauterização do local. A duração do tratamento depende da extensão do processo e da recidiva da doença.

A prevenção para essa doença não poderia ser outra senão o uso de preservativos em todas as relações sexuais durante todo o tempo. Nem sempre o homem ou a mulher apresentam lesões visíveis a olho nu. Por isso não se pode bobear.

Existe também uma vacina contra o HPV. Ela foi criada com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, assim, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no câncer de colo do útero (HPV-16 e HPV-18).
O impacto real da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas.

A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. A vacina pode ser tomada no Brasil e é administrada em 3 doses, com 1, 2 e 6 meses. A partir dos 9 anos de idade, pode-se tomar essa vacina, mas, infelizmente, ainda não está presente nas redes públicas de saúde. A imunização não sai por menos de R$ 1.000. Isso porque cada dose custa de R$ 240 a R$ 380, dependendo de sua composição, e são necessárias três aplicações.

Referências:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=327
http://www.dst.com.br/pag05.htm
http://www.gineco.com.br/hpv
http://www.msdonline.com.br/pacientes/sua_saude/cancer_do_colo_do_utero/paginas/papilomavirus_humano_hpv.aspx



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